quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

os Cordeiros de Deus, Agni Dei

As figuras de Adão e Eva assumem a pose do Adão e Eva no políptico do Cordeiro de Deus de Jan van Eyck (1432) que se encontra na catedral de Gent na Bélgica. O cordeiro lembra o sacrifício redentor de Jesus Cristo na cruz. "Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós." O cordeiro está em cima de um altar no meio de uma paisagem ampla com santos, profetas, apóstolos, mártires, clérigos, mulheres santas, eremitas, peregrinos, cavaleiros e reis vindo de todos os lados para adorar o cordeiro. Acima desta imagem está o Cristo entronizado, um Cristo do Juízo Final com Maria ao seu lado direito e o precursor São João Batista aos seu lado esquerdo, os mantos em azul, vermelho e verde. Nas laterais há anjos cantando em polifonia. E nos lados extremos há Adão e Eva. É uma pintura belíssima, a óleo sobre 24 painéis de madeira, de cores divinas, com detalhes incríveis particularmente da textura dos tecidos.

Eu mesmo não sou, digamos em termos teológicos, cristólatra. Minha compreensão da fé é ética e não ontológica. Crer no Messias significa ser Messias, ensaiar uma existência messiânica. Deus é conhecido somente enquanto é feito. Por isso no centro deste tríptico não um Cordeiro mas muitos Cordeiros, Agni Dei, de todas as cores e tamanhos representando a humanidade em toda sua diversidade.




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Um comentário:

Xavana Celesnah disse...

Que lindo, Roberto. Tanto o quadro quanto o significado dos muitos Cordeiros. Divino!!