quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Sociedade do Portador de Deficiência da Mangueira

Sou coordenador geral de uma ONG, o Serviço de Promoção Social, que desenvolve três projetos sociais e educativos: um Centro de Acolhimento de crianças pobres de um bairro periférico em Campina Grande na Paraíba; um projeto de geração de renda e emprego para jovens em situação de risco que funciona num casarão secular na Rua da Santa Cruz frente ao Mercado da Boa Vista no Recife; e um projeto de assistência social a um grupo de 40 pessoas portadoras de deficiência no bairro da Mangueira, também no Recife.
Já conheço há bastante tempo essa turma da Sociedade do Portador de Deficiência da Mangueira (a SPD), composta por gente de idades diversas e portadora de todo tipo de deficiência. Sempre tive vontade de retratá-los, pois gosto de pintar pessoas do meu convívio. Percebo também que há uma lacuna na história da arte em relação à pessoa portadora de deficiência. Só me vem à lembrança alguns cegos e aleijados em Breughel, gente deformado em caricaturas de Da Vinci, anões na corte espanhola em Velasquez,... Na arte moderna, uma série do pintor inglês Robert Lenkiewisz.
Nos meses de fevereiro, março e abril fiz um início na pintura dessa série de retratos. A pintura me deu a oportunidade para me aproximar mais do dia a dia dessas pessoas e aprender algo mais das suas vivências. Pintei na casa de um e outro, a maioria dos retratos foram pintados na sede do S.P.D., onde instalei um atelier. Tirei algumas fotografias do bairro e do pessoal nas suas moradias. Fiz um começo, pintei 17 retratos até agora, dos quais mostro alguns embaixo. Pretendo continuar em 2010.

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